Dia 5...
Dia fatídico. Fomos para a UBS Galliani, cheguei bem cedo e fui recepcionado pelas agentes de saúde...todas pessoas humildes e muito trabalhadoras...fui convidado a ir em uma visita domiciliar a um local chamado seringal, que de acordo com elas era horrível...Perguntei como chegava lá...a resposta...uma chave de moto na minha mão! Ok, prefiro ir de carona, acabou que fui na moto da diretora do posto...(não se preocupem, não passamos de 20/h).
Chegamos no local e nos deparamos com 4 famílias alojadas em uma mesma casa que deveria ter 5m x 6 ou 7m, diversas crianças, não havia muito o que fazer...chão de terra...casa de madeira...banheiro=chão...alimento hahahahahaha! Situação difícil...crianças com problemas pulmonares...coceira, desnutridas, mulheres sem cuidado e homens brutos...pergunta: que podemos fazer Dr?
Por um segundo desejei jamais ter feito medicina...e acreditei fielmente que a resposta que daria seria ruim demais...mas havia uma luz...a resposta: Essa família precisa em primeiro lugar de comida e um novo lugar pra morar, acompanhamento diário, mebendazol pra todas as crianças...tanto pra parasitose quanto pra verificarmos se esse problema respiratório não é somente síndrome de Loefler...Benzoato de benzila pra família toda, estão todos se coçando...pras mulheres precisamos de pedido de preventivo e pra aquele rapaz alí precisamos de alguém que faça curativo e cefalexina urgente...ao que recebí a resposta: Sim senhor...Ainda disse: semana que vem quero vê-los todos, eu vou voltar aqui e vamos reavaliar essa galera toda.
Sei que ver uma situação assim pode mexer conosco e hj foi isso que ocorreu, mas não podia me manter alheio a isso e achar que era tudo culpa do governo ou da política...era necessário que eu me levantasse do meu lamento passivo e oferecesse aquelas pessoas o meu melhor e lhes oferecesse o remédio que é capaz de curar mais do que o corpo: amor e compreensão. Minha reflexão me fez pensar que o meu materialismo e minha instrução podem ter me cegado pra algumas realidades...a verdade...eles são responsabilidade minha também.
Voltamos pra casa...resolví tentar voltar ao Galliani de bicicleta...levei 20 minutos, mas ví que é possível. Quando retornei do passeio a piscina estava pronta pra usar...não resistí...fiquei meia hora "só de bubuia", depois tomei um banho e fomos almoçar...Noite tranquila...após conversar com a prometida, estou pronto pra dormir!
A saudade começa a bater forte...sinto falta de quando a responsabilidade não era minha... dos amigos, da família, da igreja e óbvio, saudade da prometida (vc não me sai do pensamento). Oro pra que tudo esteja bem com aqueles que amo.
Um abraço!
Dia fatídico. Fomos para a UBS Galliani, cheguei bem cedo e fui recepcionado pelas agentes de saúde...todas pessoas humildes e muito trabalhadoras...fui convidado a ir em uma visita domiciliar a um local chamado seringal, que de acordo com elas era horrível...Perguntei como chegava lá...a resposta...uma chave de moto na minha mão! Ok, prefiro ir de carona, acabou que fui na moto da diretora do posto...(não se preocupem, não passamos de 20/h).
Chegamos no local e nos deparamos com 4 famílias alojadas em uma mesma casa que deveria ter 5m x 6 ou 7m, diversas crianças, não havia muito o que fazer...chão de terra...casa de madeira...banheiro=chão...alimento hahahahahaha! Situação difícil...crianças com problemas pulmonares...coceira, desnutridas, mulheres sem cuidado e homens brutos...pergunta: que podemos fazer Dr?
Por um segundo desejei jamais ter feito medicina...e acreditei fielmente que a resposta que daria seria ruim demais...mas havia uma luz...a resposta: Essa família precisa em primeiro lugar de comida e um novo lugar pra morar, acompanhamento diário, mebendazol pra todas as crianças...tanto pra parasitose quanto pra verificarmos se esse problema respiratório não é somente síndrome de Loefler...Benzoato de benzila pra família toda, estão todos se coçando...pras mulheres precisamos de pedido de preventivo e pra aquele rapaz alí precisamos de alguém que faça curativo e cefalexina urgente...ao que recebí a resposta: Sim senhor...Ainda disse: semana que vem quero vê-los todos, eu vou voltar aqui e vamos reavaliar essa galera toda.
Sei que ver uma situação assim pode mexer conosco e hj foi isso que ocorreu, mas não podia me manter alheio a isso e achar que era tudo culpa do governo ou da política...era necessário que eu me levantasse do meu lamento passivo e oferecesse aquelas pessoas o meu melhor e lhes oferecesse o remédio que é capaz de curar mais do que o corpo: amor e compreensão. Minha reflexão me fez pensar que o meu materialismo e minha instrução podem ter me cegado pra algumas realidades...a verdade...eles são responsabilidade minha também.
Voltamos pra casa...resolví tentar voltar ao Galliani de bicicleta...levei 20 minutos, mas ví que é possível. Quando retornei do passeio a piscina estava pronta pra usar...não resistí...fiquei meia hora "só de bubuia", depois tomei um banho e fomos almoçar...Noite tranquila...após conversar com a prometida, estou pronto pra dormir!
A saudade começa a bater forte...sinto falta de quando a responsabilidade não era minha... dos amigos, da família, da igreja e óbvio, saudade da prometida (vc não me sai do pensamento). Oro pra que tudo esteja bem com aqueles que amo.
Um abraço!
Vc relata hoje o que sinto sempre trabalhando na periferia de Manaus. Vc encontrou essa dura realidade em uma comunidade do interior, e eu que encontro essa realidade dentro da cidade de Manaus?! É triste Beto, mas aí reconhecemos o diferencial como cristãos e profissionais da saúde,como te alerto desde o início da tua peregrinação acadêmica. Deus te proteja e renove diariamente em seu coração o amor pelo próximo....
ResponderExcluirSaudades e torcida da familia Melo!!!!!
Roberto Mito Eterno! Saudades! Volte logo pra jogarmos um WE garotão.
ResponderExcluirEstarei acompanhando a sua saga. Destrua tudo por aí.
Abraços.
Edu